domingo, 14 de abril de 2013

DIAS DE DESGOVERNO!



Deveria ter feito essa publicação no último dia 10, quando a administração completou 100 dias. Via de regra, a imprensa faz um balanço das novas gestões, isso aconteceu em vários jornais e sites, então farei o mesmo através do blog.



Na verdade, falar  em governo na atual administração está um pouco difícil, então vou analisar o desgoverno que vem acontecendo em nossa cidade. Em primeiro lugar a falta de reajuste ao funcionalismo Público Municipal que até a presente data não recebeu um centavo sequer de reajuste, claro que com exceção dos funcionários que foram promovidos de cargos e passaram a Recber em torno de R$ 2.200,00. Esses não são secretários, são pela ordem Chefe de Divisão e Assessor Executivo. Os demais continuam com seus rendimentos do ano passado e sem perspectiva de reajuste. Os professores se mobilizaram e conseguiram a promessa do prefeito, de que neste mês terão o reajuste do piso e que a partir Maio receberão reajuste retroativo ao mês de janeiro. Mas vejam bem, receberam a “promessa” e como bem sabemos, o verbo prometer foi bastante utilizado pelo mesmo durante a eleição, então vamos aguardar que ela se concretize agora em Maio. Mas vejam bem: só os professores terão o reajuste, porque os demais terão só aumento de serviço.



Tirando a promessa, a administração no município, segundo fontes, passa por um momento de “faltura”! Isso mesmo, “faltura”. Faltam cartuchos para as impressoras nos diversos setores, falta papel higiênico no hospital, posto de Saúde e pasmem, nas escolas municipais. Em uma delas, as crianças foram orientadas a levarem papel de casa. Falta também material de limpeza e dizem as fontes, a merenda escolar, dantes tão rica e nutritiva, hoje vem sofrendo racionamentos.


Aproveitando a questão da merenda escolar, segundo corre a “bocas-pequenas” na cidade, um fornecedor que planta morango, vem vendendo frutas e verduras compradas na CEASA e tira nota de produtor rural, enquanto produtores rurais do município que trabalham sol a sol e que produzem tais produtos estão sendo preteridos pelo atual governo, sendo que há uma Lei que diz que 30% deve ser gasto diretamente com a agricultura familiar e não com atravessadores que buscam no CEASA para revender com lucro a Prefeitura. Vou iniciar esta semana uma série de entrevistas com os agricultores do município e ver como está o incentivo da atual administração e do Departamento de Fomento Agropecuário em relação a esta questão.


Outro item faltante na atual administração é o compromisso com a moralidade. Passados quase 40 dias da Festa da Maçã, aquela que reuniu cerca de 50 mil pessoas, a administração sequer esboçou um gesto de prestação de contas da mesma. Quanto foi arrecadado em patrocínios, em que contas foram depositadas as arrecadações, quanto se arrecadou com a venda de ingressos para o desfile de escolha da rainha, quando se arrecadou com o café colonial e onde está o “lucro”, tendo em vista que 50 mil pessoas devem ter deixado um lucro bom nos setores administrados pela Prefeitura.



A coleta de lixo também vem sendo outro item faltante no governo Schuhli. Ouvem-se reclamações por todos os lados em relação aos atrasos da coleta, principalmente do lixo reciclável.



As promessas de nomeações à correligionários é outro item que falta ser cumprido. Por enquanto, só os que possuem votos conseguiram ganhar uma “tetinha”, enquanto que os demais, antes tão defensores, hoje percebem que foram enganados e já revoltados cobram incansavelmente do prefeito. Talvez para acalmar a ira de muitos, o prefeito, na semana passada, pediu a retirada de um projeto enviado a Câmara pelo ex-prefeito Pepé, que por determinação do Tribunal de Contas do Estado, exige a extinção de quase 60 cargos comissionados. Dentre eles músicos, agentes de Saúde etc. Analisem o fato. Por exigência do Tribunal de Contas foi enviado a Câmara na Legislatura passada. A Câmara ainda não votou e semana passada o prefeito Ademir pede sua retirada da pauta, Por quê? Pretende contrariar o TCE fazendo nomeações para acalmar a ira daqueles que hoje se sentem lesados? 



A Saúde, que foi tão debatida durante a eleição, onde prefeito e equipe prometiam um trabalho árduo para a reabertura total do Hospital Municipal continua na mesma. O Hospital está funcionando do mesmo jeito, ou quase do mesmo, pois como citei acima, faltam materiais básicos e assim como os demais funcionários do Município, os funcionários da Saúde não receberam aumento e na última semana sofreram pressão por parte da primeira dama para cuidarem de uma senhora do “Lar das Vovós” no final de semana, pois não haveria ninguém da Assistência Social para fazê-lo. Como os tempos são outros, a equipe de enfermagem se recusou, até porque, como foi dito durante a campanha, o Hospital não pode internar pacientes por prazo superior a 24 horas.



Enfim, em 103 dias de desgoverno, a atitude maior do prefeito foi o ato de nomear e isso todos nós estamos vendo. Administrar mesmo está ficando em segundo plano, pois a atual administração mal consegue manter o que foi deixado pelo ex-prefeito funcionando e vemos claramente o descontentamento. Promessas continuam sendo feitas, mas uma atitude mais séria e concreta daquele que foi eleito para “acabar com os marajás” e trazer o progresso para Porto Amazonas fica só na esperança de poucos, que ainda acreditam numa virada de mesa. 



Sinceramente, já vivi sob a administração do Ademir e pelos próximos três anos e alguns meses a frase que mais será dita pelo próprio será o “É, vamos ver!”. Essa é a realidade, está ai para todos verem, por isso, não venham dizer que sou pessimista ou que estou “gorando” o governo. É a realidade. Dura, mas a realidade. Compraram gato por lebre e agora, ou se manifestam, ou teremos anos difíceis até 2016, principalmente os funcionários efetivos, que não viram um centavo de reajuste em suas contas.


Finalizando quero destacar um fato da Câmara de vereadores na última sessão legislativa. O Vereador Arnaldo Alves apresentará na próxima terça-feira um requerimento ao prefeito solicitando o reajuste de 9% ao funcionalismo e pediu aos nove membros da Casa legislativa que assinem o pedido. Vamos ver quantos assinarão, demonstrando assim se lutam pelo interesse da Municipalidade, neste caso o funcionalismo, ou se apenas lutam por seus cargos comissionados. Vamos aguardar a terça-feira e conferir quem assina!



Sandro Gusso


HS!

terça-feira, 2 de abril de 2013

"PANEM ET CIRCENCES!"


Às vezes pode parecer que o blog por mim criado era “só fogo de palha” como alguns correligionários da atual administração afirmam. No entanto, apesar do blog não ter o compromisso de escrever diariamente ou semanalmente, sempre que possível estaremos aqui postando algo. Portanto, àqueles que acreditam que o prazo de validade do blog expirou, mudem o discurso, continuaremos aqui, por muito tempo, firmes e fortes!

Esta semana, um amigo comentava da passividade do povo brasileiro, principalmente em relação à política, seja ela nacional, seja ela estadual, seja ela municipal. A cultura de que nosso povo é pacífico serve aos interesses de muitos, pois mantendo o povo assim “na passividade” as coisas podem acontecer debaixo dos olhos do povo que nada fará de crítica. Povo pacífico é povo dominado, principalmente aos interesses políticos, que  querem que as coisas continuem assim como estão. Dizia ele, que queiramos ou não a “política do pão e circo” continua com todo vigor em nosso país, e acrescentava que estava certo Lima Barreto ao  falar logo no início de nossa República brasileira  que o” Brasil não tem povo, tem platéia”.

Pensando bem, a mais pura verdade! Vamos analisar cada um destes fatos históricos e comparar com nossa cidade.

A política do Pão e circo (panem et circenses, no original em Latim) como ficou conhecida, era o modo com o qual os líderes romanos lidavam com a população em geral, para mantê-la fiel à ordem estabelecida e conquistar o seu apoio. Esta frase tem origem na Sátira X do humorista e poeta romano Juvenal (vivo por volta do ano 100 d.C.) e no seu contexto original, criticava a falta de informação do povo romano, que não tinha qualquer interesse em assuntos políticos, e só se preocupava com o alimento e o divertimento (fonte: http://www.infoescola.com/historia/politica-do-pao-e-circo/).

Em relação a Lima Barreto, escritor brasileiro pouco conhecido da maioria dos brasileiros, a não ser por estudantes de letras e pessoas que gostam de literatura, que escreveu, entre outras obras “Triste Fim de Policarpo Quaresma”, disse em certa ocasião que o “Brasil não tem povo, tem plateia”. Queria Lima Barreto dizer o seguinte: que povo é aquele que participa que questiona, que cobra, e que platéia, é aquela que assiste que tudo vê e finge não ser consigo e que mesmo diante da constatação de coisas erradas ainda assim aplaude.

Ora, se tomarmos por base estas colocações anteriores da “política do pão e circo” e de que “o Brasil não tem povo, tem platéia” e as contextualizarmos em nosso ambiente político municipal, veremos que apesar de terem sido aplicadas ou ditas há muito tempo, ainda assim servem para nós.

A política do “pão e circo” é visível na atual administração, pois apesar da população não concordar – inclusive aqueles que votaram no 40 -, fez as nomeações das parentadas dos políticos (inclusive parentes seus), em troca sem dúvida de seus apoios. O discurso de moralidade pública e impessoalidade que tanto falaram, literalmente entraram pelo ralo. E não de assustem se vier mais nomeações de parentes de algum político que está sedento pelo leite tipo A que engorda as contas da família e ajuda a recuperar o “investimento” de campanha, pois nesse governo a regra é nomear, mesmo a “mimosa” dando sinais de que está combalida!

Quanto aos funcionários, muitos me param na rua e ainda estão  questionando a ausência dos aumentos em seus salários, percentuais mínimos, mas que aplicados aos seus salários ajudaria com certeza na compra do botijão de gás do mês. Mas quando o governo municipal é questionado, dizem que  a resposta está na ponta da língua, inclusive já ensaiado por todos os apoiadores e vereadores que apóiam a atual administração, que respondem: não temos dinheiro, o outro prefeito deixou dívidas (mas até hoje não trouxeram a público quais dívidas e se ficaram foi deixado dinheiro suficiente para pagá-las)  ou que o gasto com pessoal está alto e o Tribunal de Contas não deixa dar aumento. Enfim, só engodo para enganar os pobres coitados que pouco entendem de finanças públicas. Mas se os gastos com pessoal estão altos, até agora não vi nenhuma medida concreta para redução dos mesmos, ao contrário  contrata-se sempre novas pessoas pressionando cada vez mais a folha de pagamento. E sendo assim, o povo não entende o porque de tantas  nomeações em cargos em comissão foram feitas? Será que se os altos salários desses cargos em comissão fossem cortados não daria para pagar o reajuste dos funcionários, inclusive dos professores? E as horas extras então, para uns poucos privilegiados. Outro dia mesmo escutei da boca de um funcionário da prefeitura que se gabava do seu contracheque, dizendo para mim que ganhava mais do que eu como professor, pois agora com o “pai Mire” recebia “bolas de horas extras”, e ainda me segredou que outros funcionários também “privilegiados” estavam recebendo “bolas de horas extras” – nesse último caso se é verdade não sei, foi o que me disse e não posso revelar o nome aqui por dois motivos: o sigilo da fonte garantido pela Lei de Imprensa e é claro, não sujar com ele que pode ter suas horas extras cortadas e ser colocado de molho.

Lógico que desse jeito, jamais vão conseguir dar aumento aos funcionários e professores, pois tiram da boca de muitos para colocar na boca de poucos.

Mas, como disse tempo atrás, tenho amigos no Tribunal de Contas do Paraná que sempre me ajudam nas dúvidas de administração pública, e perguntei a um deles o que acontece quando o índice de pessoal está alto. O que deve fazer o Prefeito para que este índice volte ao normal? Foi  bem categórico e me informou  que as primeiras medidas podem ser: a extinção de cargo e funções comissionadas ou redução dos vencimentos a eles atribuídos. Mas aqui em Porto Amazonas isso vai soar como piada. Sabe quando isso vai acontecer? Nunca. Isso mesmo, nunca. Pois o que se vê ao abrir o jornal “Gazeta de Palmeira” quase sempre uma nova nomeação. Então os funcionários do município que esqueçam de seus aumentos, a não ser de serviço que por certo está tendo muito. Enquanto uns vão trabalhar bastante e continuar ganhando o mínimo, as comissionadas “paneiras, bordadeiras, crocheteiras”, Soneca e alguns outros,  continuarão ganhando seus “gordos vencimentos” e como diz um leitor do blog  “que sofram o povo!”.

De outro lado, tenho que concordar com esse leitor, acho que temos que sofrer mesmo, pois todo mundo está vendo o que acontece, não só em relação às nomeações, mas em relação a muitas outras coisas. E o que fazem? Nada. Ficam só esperando que o Sandro Gusso “bote a boca no trombone”. Ninguém se manifesta publicamente, ninguém cobra dos vereadores, ninguém cobra do prefeito. Basta adoçar a boca de uns com ovos de chocolate nas escolas ou na assistência social e falar que o dia que melhorar a arrecadação, que o FPM melhorar e que em breve o aumento virá, pronto, o Prefeito passa a ser “pai” novamente.  Ou seja, o povo parece que gosta mesmo de “pão e circo” e neste sentido, aproveito a frase de Lima Barreto, para concordar que realmente não temos povo, temos platéia, porque todo mundo está aí para se manifestar e finge que o problema não é com eles. – salvo os professores que realizaram abaixo-assinado, que foram até os vereadores e pelo jeito vão ter o reajuste agora em abril, segundo informações.
 
Acho que quem votou no Prefeito tem mais é que cobrar, pois na hora em que foram pedir votos nas casas, tenho certeza que não disseram que iriam fazer nomeações de parentada de político, mas que prometeram trazer empregos, melhorar a saúde, a educação, o turismo, o esporte, etc.

Esta na hora de acordar minha gente!

Eu estou fazendo minha parte, cobro transparência, que é um direito nosso como cidadão. Questiono e não tenho respostas e como diz um partidário do atual Prefeito “Se acha que ele vai dar importância ao que você escreve?”. Realmente, não deve dar importância ao que escrevo, mas tenho certeza que a hora que tudo isso for questionado junto ao Ministério Público ou ao Tribunal de Contas, aí sim vão dar importância e estou pensando seriamente em fazê-lo: Questionar o porquê do aumento vertiginoso de tantos contratos? Questionar o porquê até hoje não foi prestado contas da festa da maçã e quanto deu a entrada no ginásio de esportes, quando arrecadaram em patrocínio, em que contas foram depositadas, quanto se gastou com trajes, penteados e decoração, o porquê foi terceirizado o almoço, bebidas se o edital dizia claramente que não podia terceirizar? O café colonial era da Prefeitura ou da APMIF? Quanto arrecadou? Por que tinha funcionários públicos trabalhando no café colonial? Eram voluntários? Receberam? Questionar as várias nomeações, inclusive para cargos que tem projeto de lei na Câmara para serem extintos e ainda continuam nomeando? Questionar o porquê do desvio de função de alguns servidores? Questionar o porquê da nomeação de cargo em comissão que seria para direção e assessoramento estão fazendo trabalho simples, como bordado, marcar consulta, atender telefone, andar com patrola, carregadeira, etc. Questionar ao Tribunal de Contas as horas extras e solicitar o holerite para verificar se realmente estão havendo privilégios.  Enfim muitas coisas podem ser questionadas, inclusive os vereadores que lerem este blog poderiam pedir estas informações ao Prefeito, já que é um direito deles (que representam o povo) e caso o Prefeito não responda em 15 dias pode solicitar as informações via Ministério Público (não era assim que faziam com o ex-prefeito?).

A essas alturas, eu sei que de herói, passo a ser visto de outra forma, pois o que escrevi, não só cobra dos políticos, mas cobra também do povo, para deixarem de ser pacíficos demais e que tudo aceitam, para tomarem uma atitude mais crítica da realidade. E por favor, quem comentar a matéria não venha falar das administrações anteriores, pois quem elegeu a atual não elegeu para ser igual às anteriores, elegeram para ser diferente e é essa “diferença” é que estou cobrando.

Sandro Gusso
HS